Equipe da TV Alterosa é agredida durante denúncia de acúmulo de lixo em BH
Reportagem mostrava situação na Praça João Pessoa, próxima à Avenida Brasil, no Bairro Funcionários. A Polícia Militar foi acionada
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Siga noUma pessoa em situação de rua tentou agredir uma jornalista da TV Alterosa durante uma reportagem na Praça João Pessoa, no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, no início da tarde desta segunda-feira (9/6). Ethel Corrêa conversava com comerciantes e moradores da região sobre a quantidade de lixo, sucatas, materiais recicláveis e móveis descartados pelo canteiro central quando alguém arremessou um objeto de ferro na direção da reportagem, que estava ao vivo.
Ao longo da presença da reportagem na praça, uma pessoa que se identificou como catador se manteve ao lado da repórter e, depois de um tempo, começou a discutir com ela. Enquanto mostravam a situação deixada pelas pessoas no canteiro central e no meio fio, uma das pessoas em situação de rua que estavam no local arremessou uma maçaneta.
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Em seguida, um homem levantou uma cadeira de ferro como se fosse jogar contra a equipe da TV Alterosa. Diante da possibilidade de agressão, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada e abordou dois homens que estavam no local. Apesar do susto, a repórter e o cinegrafista não ficaram feridos.
Problema antigo
Como a reportagem do Estado de Minas já havia noticiado, o acúmulo de lixo na região acontece por ter sido instalado uma espécie de centro de recebimento de materiais recicláveis. A situação é de ciência da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que, por meio da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), faz a coleta do material duas vezes por semana e o encaminha para uma cooperativa de catadores.
A reclamação dos moradores e comerciantes é de que a coleta dos recicláveis e a limpeza rotineira das vias não são suficientes para o volume de lixo e sujeira acumulados todos os dias nas calçadas e ruas. Tal situação dificulta o trânsito de pedestres e afasta boa parte dos clientes, pois a região concentra clínicas e empresas voltadas para o setor de saúde e que têm dentro do seu público pessoas imunossuprimidas, que devem evitar ambientes insalubres. Há relatos, inclusive, do aparecimento de escorpiões, ocasionado pelo acúmulo de lixo.
Alexandre de Araújo Melo mora no bairro e conta que a vizinhança tem tentado há anos uma solução para o problema junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “Nós tivemos comércios que fecharam, que demitiram funcionários. Tivemos casos de queda da circulação das pessoas, de clientes”, relata.
A Praça João Pessoa fica no cruzamento das avenidas Brasil, Carandaí, Bernardo Monteiro e Pasteur. A proprietária de uma clínica próxima dali, que preferiu não se identificar por medo de sofrer represálias, disse que o acúmulo de lixo nos arredores cresce paulatinamente há cinco anos, pouco antes da pandemia.
O que antes representava desconforto se transformou em insegurança, pois usuários costumam utilizar drogas nas ruas próximas em plena luz do dia. “É praticamente uma cracolândia aquilo ali”, desabafa a comerciante.
Resolução
A Prefeitura de Belo Horizonte informou, em nota, que realiza a varrição rotineira na região três vezes por semana, às segundas, quartas e sextas-feiras, além de três varrições extras todos os dias. Além disso, o Executivo afirmou que o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolhe o material triado pelos catadores duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras. Os produtos são levados para o galpão da cooperativa Coopesol Leste.
“A lavação é feita quatro vezes por semana. Por semana, são gastos 50 quilos de sabão e 50 litros de desinfetante na lavação. Aos domingos, também é feita uma limpeza no local. A coleta de resíduos domiciliares é diária, de segunda a sábado”, detalha a PBH.
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Também segundo o Executivo municipal, os catadores que estão em situação de rua são acompanhados pelo Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS), por onde têm o a direitos como regularização de documentos, o a benefícios sociais pelo Cadastro Únicos e ofertas para inserção no Programa Bolsa Moradia.