LUTO

MG: assassinato de adolescente em escola completa um mês, com homenagem

O crime aconteceu dentro de sala de aula de uma escola particular de Uberaba, no Triângulo Mineiro; o inquérito policial do caso já foi finalizado

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Neste domingo (8/6), quando se completa um mês do assassinato de Melissa Campos, de 14 anos, será realizada uma caminhada pelas ruas de Uberaba, no Triângulo Mineiro, em homenagem à jovem.

A família dela ressaltou que não se trata de uma manifestação e, sim, de um evento da Igreja Presbiteriana de Uberaba pela memória de Melissa.

O crime aconteceu dentro da sala de aula de uma escola particular da cidade. O suspeito golpeou o peito da adolescente com uma faca.

Dois jovens, também de 14 anos, suspeitos de autoria e coautoria, estão detidos em centro de internação de Araxá, no Alto Paranaíba, a cerca de 100 km de Uberaba. Eles respondem por ato infracional análogo a homicídio triplamente qualificado, com provável aplicação da medida socioeducativa de internação, cuja duração máxima, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, é de três anos.

A Caminhada em Homenagem à Melissa é organizada pela Igreja Presbiteriana de Uberaba, a qual a jovem frequentava.

Segundo informações divulgadas pela igreja, a caminhada começa às 9h deste domingo pelo início da Avenida Nenê Sabino e, em seguida, ará pela Avenida da Saudade, pela Rua Jaime Bilharinho e, por fim, pela Rua Ricardo Misson, chegando à Igreja Presbiteriana de Uberaba.

A previsão é de uma hora, sendo que, ao fim, será celebrado um culto em homenagem para Melissa.

Antes de iniciar a eata, a organização do evento pediu para que os participantes se concentrem às 8h na porta do Colégio Livre Aprender, localizado na Avenida Afrânio Azevedo, no Bairro Universitário, local onde aconteceu a tragédia.

"Queremos colocar em evidência os valores vivenciados pela Melissa, (...) menina doce, meiga, cheia de fé", destacou o pastor Edgar Chagas por meio de vídeo.

O post de divulgação da eata, que circula em redes sociais, também pede que todos os participantes vão de camiseta branca. "Não serão permitidas entrada cartazes e faixas ou algo similar. Todo material de divulgação será fornecido pela organização", finalizou o post.

'Inveja'

De acordo com o promotor André Tuma, até o momento, o que se sabe é que vítima foi abordada pelos dois adolescentes no dia do crime, que "teria sido motivado por inveja". "Ela não tinha nenhum atrito com esses dois envolvidos. A vítima era uma das meninas que acolhiam os novos alunos que chegavam", esclareceu.

Ainda conforme o relato do promotor, um dos policiais militares que prenderam o primeiro adolescente informou no registro da ocorrência que o jovem disse ter praticado o crime porque tinha "inveja da menina por ela simbolizar uma alegria que ele não tinha".

Inquérito finalizado

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu em 16 de maio a investigação sobre a morte da adolescente. Os dois suspeitos respondem por ato infracional análogo ao crime de homicídio e permanecem internados por decisão da Vara da Infância e Juventude em Uberaba.

'Sem antecedente de desentendimento'

Segundo o delegado responsável pela investigação, Cyro Outeiro Pinto Moreira, os fatos ocorreram de forma repentina, sem antecedente de desentendimento entre os envolvidos. "A vítima foi surpreendida por um golpe de faca no peito, após receber um bilhete com uma sentença de morte. As imagens das câmeras de segurança mostram a atuação dos dois adolescentes de forma coordenada. Outros alunos presentes estavam alheios ao ocorrido", afirmou.

Seis mandados de busca e apreensão

A PCMG e a Polícia Militar (PMMG) cumpriram seis mandados de busca e apreensão. "Foram coletados diversos materiais, como cadernos escolares e equipamentos eletrônicos, além de um plano de fuga manuscrito pelos adolescentes. Ao fim da investigação, o procedimento policial foi encaminhado ao Ministério Público para as providências legais", finalizou a PCMG.

'Não há outros investigados'

O promotor de Justiça Diego Martins Aguillar declarou que o crime se trata de um fato isolado em colégios. "Não há outras pessoas investigadas, tampouco lista com nomes de possíveis vítimas. As escolas seguem sendo locais seguros", destacou.

O caso tramita sob sigilo judicial, e a responsabilização dos envolvidos ocorre na esfera socioeducativa, conforme previsto em lei. "A apuração foi conduzida com responsabilidade e total observância ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)", finalizou.

Família de jovem assassinada em escola discorda da investigação

Parentes de Melissa Campos, de 14 anos, divulgaram em 20 de maio uma nota e um vídeo por meio de redes sociais discordando do Ministério Público e da Polícia Civil de Minas Gerais. Segundo eles, é um equívoco não classificar o crime como feminicídio e misoginia.

Por meio de nota, porém, a família da Melissa declarou que expressa sua gratidão à Polícia e ao Ministério Público por afastarem infundados rumores referentes a bullying. "E por reafirmarem o caráter de nossa menina, nossa tão amada Melissa, que pagou com sua vida simplesmente por ser feliz demais".

Por outro lado, a família de Melissa reforça a convicção de que o bárbaro crime, cometido a facadas, merece, sim, a alcunha de feminicídio e que não foi motivado por simples inveja. "Quando a felicidade de uma mulher é suficiente para suscitar tamanho ódio a um homem, não há como negar o envolvimento de misoginia", finaliza a nota divulgada pela mãe e por outros parentes da vítima.

O crime

A estudante do 9º ano foi morta na manhã de 8 de maio, dentro de uma sala de aula do Colégio Livre Aprender, no Bairro Universitário. Segundo testemunhas, o suspeito do crime fugiu, supostamente, por um campo, aos fundos da escola.

Ele foi localizado na AMG-2595, estrada mais conhecida como Filomena Cartafina, que liga Uberaba a distritos industriais, e encaminhado à Delegacia de Plantão da Polícia Civil, acompanhado por responsáveis e advogados. Já no início da noite do crime, o segundo suspeito também foi apreendido por uma equipe da Polícia Civil de Uberaba.

Melissa Campos era filha de um dos coordenadores pedagógicos do Colégio Livre Aprender. No dia do crime, a direção da escola emitiu uma nota dizendo estar "consternada com o lamentável acontecimento".

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Ainda segundo a instituição, "um professor do colégio, acadêmico do 10º período de medicina, imediatamente prestou os primeiros socorros. O Samu foi acionado e assumiu os procedimentos. A equipe tentou reanimar a vítima, que infelizmente veio a óbito".

As aulas no Colégio Livre Aprender voltaram em 19 de maio.

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