Mostra no Cine Humberto Mauro destaca o protagonismo de Grande Otelo
Programação começa nesta quinta-feira (5/6), trazendo filmes importantes da carreira do ator mineiro, como "Macunaíma" e "Rio Zona Norte"
compartilhe
Siga noO ator mineiro Grande Otelo, que completaria 110 anos no próximo mês de outubro, ganha homenagem do Cine Humberto Mauro, que vai exibir 40 filmes na mostra “Intérprete do Brasil”, com entrada franca.
A programação reúne longas, curtas e documentários sobre a trajetória artística do uberlandense Sebastião Bernardes de Souza Prata (1915-1993).
Entre os destaques estão os clássicos “Matar ou correr” (1954), “Rio, Zona Norte” (1957) e “Macunaíma” (1969).
Leia Mais
Nesta quinta-feira (5/6), às 20h30, serão exibidos o documentário “Sebastião Prata, ou bem dizendo, Grande Otelo” (1971), de Murillo Salles e Ronaldo Foster, e o longa “Também somos irmãos” (1949), de José Carlos Burle.
A curadoria é do baiano Fábio Rodrigues Filho, que pesquisa a trajetória do artista desde 2017.
“São mais de 100 filmes do Otelo, além de muitas entrevistas e textos. Nessa variedade de atuações dele no samba, na poesia e na interpretação, havia um desejo dramatúrgico. Ele, inclusive, chegou a escrever peças. A variedade fez de Otelo protagonista”, afirma o curador.
Um dos destaques da mostra é a relação complexa entre o ator e Macunaíma, personagem do livro de Mário de Andrade. Otelo interpretou o anti-herói modernista duas vezes: no filme “Macunaíma” (1969), de Joaquim Pedro de Andrade, e em “Exu-piá: coração de Macunaíma” (1984), de Paulo Veríssimo. Ambos serão exibidos em sequência no domingo (8/6), a partir das 18h.
O curador explica que embora o personagem tenha sido decisivo na carreira do mineiro, o impacto não foi somente positivo.
“A relação de Otelo com ‘Macunaíma’ não está resolvida. Nunca estará, talvez. É um filme muito conhecido, mas tem muitos ruídos. Ele foi importante, porque fez com que Otelo voltasse a um certo circuito de cinema e de crítica, mas o personagem o aprisionou”, explica Fábio.
Como parte desse debate está o curta “Não vim ao mundo pra ser pedra” (2021), dirigido pelo próprio curador. Nele e em “Tudo que é apertado rasga” (2019), também na programação, Fábio utiliza trechos da filmografia de Otelo e propõe nova interpretação ao remontá-los. O público assistirá, em sequência, ao material bruto dos filmes e às releituras.
Nesta quinta-feira (5/6), às 19h, a abertura da mostra ficará a cargo do ator, cantor e instrumentista Maurício Tizumba, que já interpretou Otelo nas peças “Hollywood bananas”, de Eid Ribeiro, e “Grande Otelo – Êta moleque bamba!”, de Vilma Melo.
PROGRAMAÇÃO
Hoje (5/6)
•19h: Performance de Maurício Tizumba
•20h30: Documentário “Sebastião Prata, ou bem dizendo, Grande Otelo”, de Murilo Salles e Ronaldo Foster; filme “Também somos irmãos”, de José Carlos Burle. Sessão comentada por Fábio Rodrigues Filho.
Sexta (6/6)
•14h: “É de chuá”, de Victor Lima
•16h: “E o bicho não deu”, de J. B. Tanko
•18h: “Assalto ao trem pagador”, de Roberto Farias
Sábado (7/6)
•15h: “Brilhos negros do samba”, de Ariel de Bigault
•16h15: “Carnaval Atlântida”, de José Carlos Burle
•18h15: “A família do barulho”, de Julio Bressane
Domingo (8/6)
•18h: “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade
•20h: “Exu-piá: coração de Macunaíma”, de Paulo Veríssimo
“INTÉRPRETE DO BRASIL – UMA HOMENAGEM A GRANDE OTELO”
Até 29 de junho, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca, com ingressos na plataforma Eventim e na bilheteria. Programação completa no site da Fundação Clóvis Salgado.
Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria