(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Para família de Rubens Paiva, decisão inicia 'justiça' sobre morte 446s1m

Justiça acatou denúncia do Ministério Público Federal contra cinco militares, acusados da morte do ex-deputado Rubens Paiva 6z2zt


postado em 28/05/2014 09:19 / atualizado em 28/05/2014 09:44

São Paulo - Para a família de Rubens Paiva, a decisão do juiz da 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Caio Márcio Guterres Taranto, de aceitar a denúncia do Ministério Público Federal - e com isso tornar réus cinco militares acusados da morte do ex-deputado - marca o início do processo para esclarecer o caso, depois de 43 anos.

“Ficamos muito contentes, porque neste momento em que estamos produzindo memória e verdade, a gente consegue acrescentar a justiça. Isso não encerra o nosso caso, mas começa a definir essa situação", disse a psicóloga Vera Paiva, filha de Rubens Paiva.

Segundo ela, o calvário da família iniciado em janeiro de 1971, quando agentes da ditadura militar tiraram o ex-deputado de sua casa no Rio de Janeiro e o levaram para um depoimento no Departamento de Operações de Informações (DOI) para nunca mais voltar, continua até hoje.

Vera citou o caso de reportagens publicadas recentemente que tinham como fonte o ex-coronel Paulo Malhães, morto em abril. Na primeira, publicada em um domingo, ele dizia que havia jogado o corpo de Paiva no mar. Depois, desmentiu a versão. “O desaparecimento é uma história que nunca termina. A gente a a vida recebendo pistas falsas. Isso provoca muito sofrimento. Malhães conseguiu me torturar mais uma vez. Naquele domingo, depois de ler o jornal, entrei no mar para fazer uma homenagem ao meu pai. Dois dias depois, veio o desmentido", disse Vera.

De acordo com ela, a decisão da Justiça é fruto de uma mudança de posição da sociedade em relação a uma cultura de violência policial que começou na ditadura, mas persiste até hoje. “O que nos dá alegria é que esse processo foi produzido por uma juventude que não viveu a ditadura, o MPF, os advogados, todos os operadores de direito envolvidos são muito jovens. Isso dá a esperança de que o Brasil está mesmo querendo se tornar uma democracia para valer, e não meia democracia", afirmou Vera. “A cultura de violência do Estado não acabou. O que aconteceu é que as pessoas mais pobres fizeram a ligação. A mãe do bailarino (Douglas Silva, morto pela polícia) gritou ‘tortura nunca mais’. Ela fez o vínculo." 

receba nossa newsletter 332p5m

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso! 461p6g

*Para comentar, faça seu ou assine 2m5ff

Publicidade

(none) || (none)