
Toda essa presença judaica na atualidade política do país me lembrou um fato histórico de Israel, que é a história de Massada, local que conheço pessoalmente e que fiz questão de percorrer o a o, apesar da canseira, depois de ter subido os 400 metros de uma estradinha para uma só pessoa, até chegar ao topo do alto platô – quando lá fui, o teleférico ainda não existia. Então, vale falar um pouco sobre essa triste história, que aconteceu entre 73 e 74 e que foi gravada como a primeira guerra romano-judaica. No local, quando lá estive, além do descampado, ainda se viam alguns restos das construções feitas pelos judeus, e destruídas pelos romanos. Inclusive, a primeira sinagoga construída em Israel, que era virada para Jerusalém. Fiz questão de conhecer o ponto mais extremo do local, de onde o último judeu se lançou para se suicidar.
A tradição do local relata que o cerco dos romanos e suas tropas auxiliares levaram a um suicídio em massa dos membros das famílias judaicas que viviam na fortaleza, curiosamente fugindo da população judaica tradicional de Jerusalém. A história marca que o local é merecedor de toda reverência para honrar os ancestrais que deram a vida em uma luta heroica contra a opressão. Como o judaísmo proíbe o suicídio, a saída encontrada foi tirar a sorte de um a um e as pessoas foram se matando umas às outras, até o último, que seria o único a, de fato, tirar sua própria vida. E que se lançou do ponto mais extremo do platô, rolando a uma altura de mais de 400 metros. A tradição conta também que foi ordenado que os homens destruíssem tudo, menos as reservas de comida, uma forma de provar que os defensores ainda tinham condições de viver e que haviam escolhido a morte no lugar da escravidão.
Só o interesse histórico me deu forçar para subir aquela estradinha, sem o menor apoio, o Mar Morto visto lá do alto. O calor era tanto que de pontos em pontos havia uma torneira milagrosamente com água para que a gente pudesse se ensopar para aguentar. E para completar o dia de turismo histórico, fomos parar num quiosque, à beira do Mar Morto, para ver a água repleta de mulheres árabes boiando totalmente vestidas. Cada saia era uma flor que brotava na água.