Semanas antes de festejar mais um ano de vida, o artista lançou-se em uma nova empreitada profissional. Ele lançou o primeiro disco de sua carreira.
O álbum “Violão”, da gravadora Kuarup, traz 13 faixas instrumentais que o próprio Reginaldo Faria compôs no transcorrer de sua vida, desde a juventude.
“Os anos foram ando e eu fui tocando nas horas vagas. Até que meus filhos sugeriram de eu gravar um CD, para que eu pudesse registrar as minhas composições, eu tenho mais de 60 canções escritas que quero publicar em um caderno. Feito para curiosos da música e do instrumento violão como eu”, afirmou o artista em entrevista à Revista “Veja”.
Com mais de 70 anos de carreira como ator, Reginaldo Faria é uma personalidade indissociável da história da televisão brasileira. Veja a seguir detalhes de sua trajetória!
Reginaldo Figueira de Faria nasceu no dia 11 de junho de 1937 em Nova Friburgo, município localizado no Rio de Janeiro.
Filho de um açougueiro, Reginaldo costumava ajudar o pai no trabalho desde pequeno e já estudava violão. Ele alimentava o sonho de ser ator inspirando-se em ídolos como Anselmo Duarte - o diretor de “O Pagador de Promessas”, filme que venceu a Palma de Ouro de Cannes em 1962.
Ele é irmão do cineasta Roberto Farias (1932 - 2018), que dirigiu filmes como “Assalto ao Trem Pagador”, “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura” e “Os Trapalhões no Auto da Compadecida”. Uma curiosidade é que Roberto tem um ‘s’ no sobrenome graças a um erro do cartório em que foi registrado.
Reginaldo, aliás, atuou em vários dos filmes que tiveram direção de seu irmão, como o mencionado “Assalto ao Trem Pagador” (1982) e “Pra Frente, Brasil” (1982).
Antes disso, ele foi assistente de câmera do irmão no filme “Rico Ri à Toa”, em 1957. No segundo filme de Roberto Farias, “No Mundo da Lua” (1958), Reginaldo já participou como ator.
Em 1977, Reginaldo Faria ganhou projeção como o protagonista do filme “Lúcio Flávio, o ageiro da Agonia”, do cineasta argentino naturalizado brasileiro Héctor Babenco (1946 - 2016).
Ele foi protagonista da primeira novela exibida pela Globo, “Ilusões Perdidas”, escrita por Enia Petri, em 1965. O folhetim ainda teve no elenco nomes como Norma Blum, Leila Diniz, Osmar Prado e Emiliano Queiroz.
Nas décadas seguintes, Reginaldo Faria despontou como galã em novelas que se tornaram clássicos da teledramaturgia brasileira. Entre elas “Dancin’ Days” (1977) e “Água Viva”(1980), ambas de Gilberto Braga, e “Ti Ti Ti” (1985), de Maria Adelaide Amaral.
Reginaldo teve uma curta agem pela extinta TV Manchete, emissora em que protagonizou a novela “Corpo Santo”, em 1987. Em seguida, ele retornou à Globo para um dos papéis mais marcantes de sua carreira em “Vale Tudo”, de 1988, também de Gilberto Braga.
Em “Vale Tudo”, que está no ar atualmente em remake de Manuela Dias, o ator interpretou Marco Aurélio, personagem de Alexandre Nero na nova versão.
“Ele (Marco Aurélio) representava o desejo de muito brasileiro em dar banana não para o país, mas para nossos líderes”, declarou Reginaldo em depoimento para o “Memória Globo”, da emissora carioca.
Nos anos seguintes, ele ainda teria papéis de destaques em “Tieta” (1989), “Vamp” (1991) e “Força de um Desejo” (1999), além de atuar em minisséries como “As Noivas de Copacabana” (1992), de Dias Gomes), e ‘Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados” (1995).
Neste século, Reginaldo Faria seguiu com trabalhos em novelas relevantes, como â??O Cloneâ? (2001), de Gloria Perez, â??ParaÃsoâ? (2009), de Benedito Ruy Barbosa, e â??Cordel Encantadoâ? (2011). Em 1999, ele havia participado de 'Força de um Desejo'.
A última aparição de Reginaldo Faria até o momento em novelas foi em ‘Fuzuê”, de 2023, quando fez uma participação especial na pele do personagem Abilio Fontes.
No cinema, outros papéis destacados de Reginaldo Faria foram em “Memórias Póstumas”, adaptação do romance de Machado de Assis, e “Cazuza - O Tempo Não Pára”.
Reginaldo Faria tem três filhos, todos também ligados ao universo artístico: os atores Marcelo e Candê Faria, e o diretor e produtor Régis Faria.
Marcelo e Régis são frutos do casamento de Reginaldo Faria com a psicanalista Katia Ashcar. Já Candé é filho do ator com a advogada e paisagista Telca Malheiro. Desde 2005, ele é casado com a psicoterapeuta Vania Dotto Alves.