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GOVERNO FEDERAL

Governador do PT defende fortalecer Haddad para superar queda na aprovação

Ministro Fernando Haddad vem enfrentando críticas dentro do governo federal pela austeridade econômica adotada pela gestão

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FOLHAPRESS - A queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é fruto de problemas na comunicação do governo e da inflação mais alta, na avaliação do governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT).

Um dos quatro petistas no comando de estados, ele defende que a forma de reverter esse quadro é deixar de lado as disputas internas e focar a agenda econômica do ministro Fernando Haddad que ele vê como o nome mais forte da esquerda para 2030.

"Tenho convicção de que precisamos cada vez mais dar credibilidade ao arcabouço fiscal e tentar subir o último degrau que falta para o grau de investimento. Ainda que isso tenha algum custo político no curto prazo, tem um ganho de médio e longo prazo muito importante, inclusive em temas que afetam diretamente as questões atuais de inflação e juros", disse à reportagem.

A postura contrasta com a de outras lideranças petistas, inclusive dentro do governo, que defendem uma política econômica menos austera diante da baixa de popularidade.

Para o governador, é normal que a gestão federal e por ajustes nesta segunda metade do mandato, como ocorreu na comunicação, mas é necessário melhorar também a relação com o Congresso.

"Talvez seja o o mais importante", diz. "Se cada projeto de lei virar um desafio enorme, você termina realmente retardando algumas soluções."

Outro ponto decisivo, diz, é a retomada de viagens do presidente pelo país. Para que tenham maior repercussão, Fonteles sugere que a comunicação seja regionalizada.

"Cada vez mais temos que utilizar o veículo Lula para comunicar as entregas do governo, as pautas importantes, o rebate às fake news e a informações que não são relevantes e que estão ganhando algum protagonismo", diz.

Em sua avaliação, a queda de popularidade de Lula ocorreu em razão do aumento no custo de vida, avalia Fonteles. Em 2024, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) estourou a meta e teve alta de 4,83%. Para 2025, as apostas do mercado são de aceleração, para 5,6%.

Para o governador, que é mestre em economia e foi secretário da Fazenda do Piauí, o mais importante para reverter o quadro de impopularidade é que a renda e o consumo das famílias cresçam numa velocidade maior do que os preços da alimentação, combustíveis e energia.

No caso dos alimentos, ele afirma que a redução ocorrerá com a esperada safra recorde em 2025, caso o dólar se mantenha num patamar mais baixo. "O momento é de olhar para a inflação e, portanto, a confiabilidade de que o governo vai cumprir o arcabouço fiscal é fundamental", pontua.

Para isso, diz, é preciso superar as disputas internas, o que ajudará no arrefecimento do dólar, na queda da inflação e dos juros, assim como no estímulo à atividade econômica e na reconquista do grau de investimento.

"Para tudo ?transferência de renda, saúde, educação, segurança? tenho que ter essa estabilidade do orçamento. E eu só vou ter isso se eu realmente estiver com o equilíbrio fiscal garantido, a partir dessa credibilidade de que o governo vai cumprir aquilo que ele mesmo se propôs a fazer", diz.

Quanto mais força Haddad tiver, mais chances de isso ocorrer, diz, e isso a também por garantir que o aumento da faixa de isenção do imposto de renda para R$ 5.000 seja compensado integralmente por medidas arrecadatórias, como a cobrança de alíquota mínima dos mais ricos.

"Essa é uma excelente proposta, ainda mais sendo neutra do ponto de vista fiscal. É justiça tributária na veia", declara.

Sucessor

Com visão positiva sobre a atuação de Haddad, o governador vê o ministro como sucessor natural do presidente quando esta hora chegar.

"O governo sendo bem-sucedido e, para isso ocorrer, tem que ser bem-sucedido na área econômica, naturalmente ele [Haddad] é o nome que se consolidará mais ainda nacionalmente", afirma.

Fonteles destaca que há outros nomes potenciais no PT, mas considera relevante o fato de Haddad ter tido 45% dos votos no segundo turno na eleição presidencial de 2018 "em condições muito difíceis".

Para 2026, no entanto, o governador quer Lula candidato. "Quem tem a melhor alternativa não tem que estar, neste momento, pensando em outras alternativas. Essa renovação naturalmente vai acontecer, mas agora, para 2026, nosso candidato é o presidente Lula", diz.

"É o melhor candidato, o mais experiente, o que tem mais condições, inclusive, de fazer essa transição para um novo momento histórico."

Em sua avaliação, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da trama golpista não tornará a eleição de 2026 mais fácil para a esquerda.

"Independentemente de ser o Bolsonaro o candidato ou alguém indicado por ele, o cenário é de polarização. E eleição polarizada é sempre difícil porque vira uma eleição plebiscitária", afirma.

Lula, na opinião dele, ainda será o favorito porque, como presidente, "tem mais condições de corrigir rotas e estar mais presente" e por já ter derrotado Bolsonaro em 2022, mesmo na oposição.

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Cobranças

Empossado há duas semanas no cargo de presidente do Consórcio do Nordeste, Fonteles diz que negocia com o Tesouro Nacional o aprimoramento dos critérios para que os estados façam operações de crédito junto ao sistema financeiro.

Ele também critica a desigualdade na distribuição entre as regiões dos recursos de mecanismos de fomento, como bancos públicos, fundos estatais e o plano safra. "Esse crédito produtivo é da casa de 10% a 11% para o Nordeste, enquanto o PIB da região é 14% [do total do Brasil] e a população é 27%", diz.

O governador ainda pede que o governo antecipe para 2025 a discussão sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, criado pela reforma tributária para vigorar a partir de 2027. Isso, pontua, diminuiria as pressões eleitorais sobre o debate.

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