
Sem discurso, verde e amarelo: como foi a presença de Zema no ato bolsonarista na Paulista
Zema, que durante a semana discutiu e estudou se participaria do ato e foi convencido por aliados políticos a estar na Avenida Paulista, neste domingo (25/2), almoçou com o ex-presidente ao lado dos governadores de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), e Santa Catarina, Jorginho Mello (PL)
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Siga noSem a tradicional blusa verde e amarela e em silêncio, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), compareceu ao ato bolsonarista, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe e investigado pela Polícia Federal (PF).
Zema durante a semana discutiu e avaliou se participaria do ato e foi convencido por aliados políticos a estar na Avenida Paulista, neste domingo (25/2). Hoje, ele almoçou com o ex-presidente ao lado dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
Nas fotos tiradas durante o encontro, a escolha de roupa do governador chamou a atenção: o mineiro trajava uma blusa branca com as palavras: “arreda, trem, uai e sô”. Essa camisa também foi usada por Zema durante o ato na Paulista.
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Apesar de ter marcado presença na manifestação e de ter chegado junto com Bolsonaro ao trio elétrico cercado por milhares de pessoas, o chefe do Executivo mineiro não teve o ao microfone. Os governadores presentes foram representados no "palanque" pelo governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) na hora de discursar.
Antes de Tarcísio falar, a pessoa responsável pela condução do evento informou que os governadores presentes seriam representados pelo ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro. Além de Zema, Jorginho Mello e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), foram ao evento.
Apesar de não falar, Zema foi mencionado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Michelle apenas nomeou o governador entre os presentes, enquanto Jair lembrou de Zema ao citar o atentado sofrido em Juiz de Fora, em 2018.
O ex-presidente chegou até mesmo a confundir a cidade natal do governador. Na fala, Bolsonaro disse que Zema era de Juiz de Fora, mas o governador é natural de Araxá.
Na agenda oficial do governo, outro evento foi marcado para depois dos atos bolsonaristas. O encontro foi com o chefe do governo tucano do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que deve ser aclamado pré-candidato do PSDB à Presidência da República para 2026.
Vale relembrar que o governador também cogita se candidatar ao Planalto e, embora tenha ido aos atos bolsonaristas, recentemente se sentou com o presidente Lula (PT) durante a visita do chefe do Executivo brasileiro em Minas Gerais para discutir a dívida mineira estimada em R$ 160 bilhões.
Porém, mesmo com uma possível negociação com Lula, o governador mineiro criticou as falas do presidente sobre a guerra na faixa de Gaza e também se manteve ao lado de Bolsonaro nos atos deste domingo. Por ter ido aos atos, Zema acabou virando alvo dos deputados alinhados com o presidente Lula.
Pela primeira vez
Jair Bolsonaro tem convocado manifestações em seu apoio em meio a uma tensão crescente com o Judiciário, situação que não é nova para ele, inclusive durante seu mandato presidencial. Mas a participação do governador em um ato como este foi inédita. Isso porque Zema só subiu em palanques políticos com o ex-presidente durante as eleições presidenciais de 2022. Ele não esteve presente nas manifestações do dia 7 de setembro, por exemplo.
Na época, o governador mineiro disse respeitar os atos, apesar de considerar o momento como inadequado para essas manifestações por conta da pandemia de COVID-19.