“Uma história forte, bonita, de uma mineirinha.” Assim a jornalista e escritora Miriam Leitão, eleita no fim de abril para ocupar a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), define seu livro mais recente: “Lulli, a gata aventureira”. Com ilustrações de Leticia Moreno e edição do Rocquinho, selo infantil da editora Rocco, “Lulli” tem lançamento neste sábado na Livraria Leitura do Pátio Savassi, com contação de histórias e recreação, às 14h, e autógrafos a partir de 15h.

Ilustração

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Baseado em fatos reais, o oitavo livro infantil da autora narra a história de uma menina que nasceu com uma condição genética rara: Cri-du-chat, a síndrome do choro do gato. “O médico avisou: ‘Lulli talvez não fale, Lulli talvez não ande, Lulli talvez, talvez, talvez’. Mas a vida ensina uma lição preciosa, que “talvez” pode ser não, mas “talvez” pode ser sim”, conta Miriam: “Esse livro é parte de uma luta linda por inclusão de crianças PcD. É muito emocionante para mim.”


Primeira mulher mineira a ocupar uma cadeira na ABL, Miriam Leitão destaca a coragem da sua personagem, “que saiu tentando superar todas as barreiras” com apoio de parentes, amigos e professores. “A aventura de Lulli, cheia de surpresas, ensina que cada pessoa tem seu tempo de aprender e toda criança é muito especial”, acredita a autora também dos infantis “A perigosa vida dos arinhos pequenos”, “A menina de nome enfeitado”, “Flávia e o bolo de chocolate”, “O estranho caso do sono perdido”, “O mistério do pau oco”, “Aventuras do tempo” e “O menino que conhecia o fim da noite”. Leia, a seguir, a entrevista de Miriam Leitão ao Pensar do Estado de Minas.

Lulli Milward Leitão (com a irmã, Mel): inspiração para o novo livro de Miriam Leitão, com ilustrações de Leticia Moreno

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O que a motivou a escrever um novo livro para crianças?


Lulli existe e sua história é bem inspiradora. Eu sou a orgulhosa madrinha e tia-avó da menina que tem hoje sete anos, e vi cada o dessa estrada. Achei que sua história precisava ser compartilhada, principalmente nesse momento em que a pandemia deixou crianças em níveis diferentes de aprendizagem. O esforço para incluir todas as crianças no processo educacional é obra coletiva. Achei que essa história pode ajudar muita gente.

Quais cuidados toma ao escrever para crianças? Os quatro netos estão entre os primeiros leitores?


Sim, meus netos são meus primeiros leitores. Eles (Mariana, Daniel, Manuela e Isabel) cresceram rápido demais, mas ainda curtem cada novo livro, do começo das ideias até o livro pronto. Acho que o mais importante ao escrever para criança é que a história precisa ser lúdica, mesmo quando o assunto pode parecer pesado. Já escrevi sobre racismo, desmatamento e estresse urbano, mas tudo sem que essas palavras apareçam. Tudo precisa ser delicado, divertido, interessante.

É o primeiro lançamento desde a sua eleição para a Academia Brasileira de Letras. Que contribuição poderá dar à ABL?


Quis que o primeiro lançamento fosse em Belo Horizonte, por ser a cidade da Lulli e por ser em Minas Gerais, o meu estado natal. Sou a primeira mulher mineira a entrar na ABL, e isso me deixa honrada. Eu vou para somar esforços ao que eles e elas estão fazendo nesse momento. E estarei ao lado de muita gente boa, como, por exemplo, uma das maiores mestras da literatura infantil, Ana Maria Machado. A Academia está cheia de eventos culturais e de difusão de livros. O Rio é a capital mundial do livro, esse ano. Há muito a fazer na ABL.

Ilustração da capa do livro

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