Defesa afirma que homem que bateu em bebê não tem histórico violento
Homem agrediu a bebê de quatro meses e afirmou que pensou ser um 'bebê reborn'. Ele ou por audiência de custódia e teve a liberdade decretada
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Siga noA defesa do homem preso em flagrante em Belo Horizonte por agredir um bebê de quatro meses afirmou que ele não tem nenhum histórico violento. Filipe Martins Cruz, de 36 anos, ou por audiência de custódia na manhã desse sábado (7/6) e teve a liberdade concedida.
Em conversa com a reportagem do Estado de Minas, o advogado Adriano Andrade disse que o acusado não tem agens pela polícia ou conduta que foge à normalidade. “Não há nenhuma mácula, não há nenhuma ficha criminal da vida pretérita. Ele é uma pessoa que trabalhava até o momento de ser preso, possui residência fixa e tem um ambiente familiar sadio”, afirmou.
Segundo a defesa, Filipe trabalha como ajudante de entrega. “Ele é uma pessoa que não há nada que desabone sua conduta”, concluiu o advogado.
Conforme a defesa, o homem havia bebido antes da agressão, mas não faz uso de medicamentos controlados. Na decisão, porém, a juíza de custódia Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva considerou que Filipe apresentava estado de sobriedade e estava “plenamente capaz de compreender e responder por suas ações”.
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No início da tarde desse sábado, a defesa de Filipe realizou o pagamento da fiança de três salários mínimos, estabelecida na audiência, para que o alvará de soltura seja expedido. A família do homem está ajudando nos gastos. Também foi determinado que o homem deve comparecer periodicamente à equipe da Central de Acompanhamento de Alternativas Penais (Ceapa), mantenha o endereço atualizado e compareça a todos os atos do inquérito e ação penal.
A decisão foi publicada enquanto a criança ainda estava em observação médica, em razão da necessidade da realização de exames complementares. Conforme o documento, foi solicitada ao Hospital João XXIII a definição do grau de lesão sofrida, mas o juízo não recebeu resposta.
Com isso, foi definido o enquadramento da conduta como lesão corporal leve. Desta forma, o acusado não pode ser mantido em prisão preventiva, que precisa que o crime tenha pena superior a quatro anos.
A expectativa da defesa é que o homem fosse solto ainda no sábado. Porém, até as 14h deste domingo (8), ele permanece preso no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte.
O caso
Conforme o boletim de ocorrência, Filipe afirmou ter achado que a criança era um “bebê reborn” – boneca hiper-realista que imita bebê recém-nascido em aparência e detalhes – e disse ter se irritado com a suposta tentativa dos pais de furar a fila de um food truck. O caso ocorreu por volta de 23h da quinta-feira (5/6), na Avenida Getúlio Vargas, no bairro Savassi, na Região Centro-Sul da capital.
A mãe da criança, de 25 anos, contou à Polícia Militar que o homem se aproximou enquanto ela terminava de lanchar, começou a brincar com o bebê e perguntou se a criança se tratava de um boneco. Mesmo após a negativa dos pais, o agressor insistiu que era um “reborn” e, de repente, deu um tapa com a mão aberta na cabeça do bebê, do lado direito, provocando um inchaço atrás da orelha.
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Testemunhas da agressão imobilizaram o homem e acionaram a Polícia Militar. O bebê foi levado ao Hospital João XXIII, onde ficou em observação. Segundo os médicos, apesar de não correr risco de vida, a criança precisou de cuidados por causa da fragilidade da caixa craniana e da região cervical, comuns em bebês dessa idade.
Segundo o dono do food truck Tunay Lanches, local onde ocorreu o caso, o agressor havia feito um lanche pouco antes da confusão. Ele afirmou não ter presenciado o momento exato da agressão, pois estava atendendo outros clientes, mas percebeu a movimentação e ouviu pessoas dizerem que um homem havia dado um tapa na cabeça de um bebê.
Ao perceber a briga, o comerciante pediu que alguém acionasse o 190, temendo que a situação se agravasse. De acordo com ele, “o suspeito parecia estar alcoolizado, embora estivesse a certa distância e eu não pudesse afirmar com certeza”. Surpreso com a aparência tranquila do homem, que aparentava ser um jovem comum, o comerciante afirmou que “jamais imaginaria que ele pudesse cometer uma agressão daquela natureza”.
O homem foi encaminhado à UPA Centro-Sul com escoriações no braço esquerdo, causadas pela queda que sofreu quando foi imobilizado por populares. À polícia, ele itiu ter agido de forma consciente, alegando que ficou revoltado com a mãe da criança, que, segundo ele, queria preferência na fila.