Batuque Coletivo tem pedido de casamento em meio à folia; veja fotos
Com dois anos e meio de relacionamento, a noiva nem imaginava que o grande momento aconteceria ali no meio no carnaval de BH
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Siga noAo som de "A Mil Acasos", do Skank, um pedido de casamento emocionou os foliões que acompanhavam o desfile do bloco Batuque Coletivo na tarde deste domingo (2/3), na Avenida Brasil, em Belo Horizonte.
O engenheiro Felipe do Vale, de 38 anos, escolheu a festa de rua para surpreender a namorada, a neurologista Isabela Oliveira, de 33 anos. “Nos conhecemos no carnaval, amamos essa época, então planejei há três semanas com a equipe fazer esse pedido durante o cortejo”, contou.
Com dois anos e meio de relacionamento, Isabela nem imaginava que o grande momento aconteceria ali. Ela chegou a estranhar a presença dos pais no cortejo, mas acreditou que estavam apenas prestigiando seu segundo ano como integrante da bateria do bloco. “O vocalista recitou um poema e depois começou a tocar a música, mas achei que era uma homenagem. Só entendi o que estava acontecendo quando os integrantes tiraram minha bateria”, relembra.
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O momento ganhou ainda mais simbolismo quando Isabela se deu conta de uma coincidência inesperada. Na manhã do mesmo dia, enquanto seguia para a concentração do bloco, "A Mil Acasos" tocou na playlist do casal. “Essa música podia ser tocada no nosso casamento, né?”, disse. O noivo, ansioso para o grande momento, precisou disfarçar. “Tive que fingir naturalidade e perguntei: ‘Por que você falou isso?’”, relembra Felipe, que integra a bateria do Batuque Coletivo há três anos.
Ao Estado de Minas, o engenheiro, que faz aniversário amanhã (3/3), compartilhou o poema recitado antes do pedido, uma homenagem ao casal e à simbologia do carnaval na história dos dois.
" Os Acasos Me Levaram A Você
No batuque da vida, no bloco do acaso
Brasilidades, confetes e um breve como
entre risos, glitter, suor, cerveja e cor
O acaso soprou — e trouxe o amor!
Afinal, o que é o acaso?
É destino, coincidência ou algo bem tramado?
Num plano bem bolado como um samba infinito
Ou só mais um o que o Cara lá de cima já tinha escrito?
Foi na batida do surdo que o destino chamou
Sem medo, sem pressa, o enredo girou.
Um bloco perdido, um toque no vento,
E o mundo girou num só movimento.
Quem diria que um grito, um samba, um riso
Escrevessem pra sempre o nosso improviso?
Que o acaso, travesso, de rosto pintado
Mudaria o como do meu fado?
E cá estamos, de novo em cortejo
Entre marchas, sonhos, promessas e beijos.
Mas hoje não é sorte, não é coincidência
é escolha, é destino, é pura resiliência.
Porque a vida nos tentou levar pra outro lugar
fez curvas, desvios, quis até nos testar.
Mas nenhum caminho me fez esquecer
Pois mil acasos sempre me levam a você"
“Pode ter certeza que nosso casamento vai ter algo relacionado ao carnaval, nem que seja o Batuque Coletivo tocando nele”, brinca a noiva. “O carnaval representa alegria, folia, festa, gente perto da gente. Conectou tudo, foi perfeito! Agora estamos aqui na casa dos pais dele, todos fantasiados e comemorando juntos”.
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Quase uma década de Batuque
Criado em 2016, o Batuque Coletivo se consolidou como um dos blocos mais animados do carnaval de Belo Horizonte. Este ano, o grupo pretende quebrar um recorde inusitado: realizar a maior “dança da cordinha” do mundo, reunindo milhares de foliões ao longo de uma corda estendida especialmente para a ocasião.
Com o tema "Bateria Mar Vermelho – Homenagem a São Jorge", o bloco celebra coragem e resistência. Inspirado na figura lendária do santo, conhecido por enfrentar adversidades em nome da fé e da justiça, o Batuque Coletivo busca refletir essa trajetória de superação em sua própria história, marcada por desafios e conquistas.
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