Você sabia que o leite pode não ser bem tolerado em certas épocas do ano? Segundo a Dra. Priscila Antunes (CRM 109981-7), médica especializada em saúde integrativa e medicina ancestral, a primavera não é o melhor momento para consumir leite. Em seu perfil @drapriantunes, ela explica como a estação do ano interfere na digestão, segundo a medicina indiana e a ayurveda.
De acordo com essa visão, o leite tem uma natureza fria e úmida que, durante a primavera, pode aumentar a produção de muco e favorecer quadros como rinite e prisão de ventre. A forma de preparo e o momento do consumo fazem toda a diferença.
Por que não se deve tomar leite na primavera?
Na medicina ayurvédica, a primavera é considerada uma estação que agrava o acúmulo de muco no corpo. Como o leite já tem características úmidas e frias, seu consumo nesse período pode agravar ainda mais esse quadro, provocando congestão nasal, rinite e digestão lenta.
A Dra. Priscila alerta que, nesses meses, o ideal é evitar leite frio ou batido com frutas geladas, especialmente logo pela manhã. Isso vale para quem já tem tendência a muco, alergias sazonais ou problemas respiratórios.
Como adaptar o leite para o outono e inverno?
No outono, que é uma estação mais fria e seca, o leite pode ser consumido morno e enriquecido com especiarias digestivas como canela, cúrcuma e gengibre. Essa combinação ajuda a aquecer o organismo e a tornar o leite mais fácil de digerir.
Segundo a dra., essa prática respeita o conceito de “semelhante aumenta semelhante”. Ou seja, em estações frias, alimentos frios desaceleram ainda mais a digestão. Já o leite aquecido com especiarias estimula o metabolismo e reduz os efeitos negativos.
Qual o impacto do clima na digestão?
Alterações bruscas de temperatura e vento também afetam diretamente o funcionamento do intestino. Dra. Priscila relata que, com a mudança repentina do clima no Rio de Janeiro, ela mesma apresentou prisão de ventre — mesmo sem ter histórico disso.

Segundo a medicina integrativa, fatores ambientais como vento, frio e umidade desequilibram os chamados “doshas” (padrões de energia), influenciando a regularidade intestinal, o apetite e a absorção de nutrientes. Observar essas mudanças ajuda a adaptar a alimentação de forma mais inteligente.
Chá deve ser evitado no verão?
Sim. Outro ponto abordado pela médica é que o chá, quando ingerido em excesso no verão, pode enfraquecer a digestão. Isso porque o corpo já está em um estado de calor e não precisa de estímulos quentes constantes.
Por isso, no verão, a recomendação é limitar o consumo de chá para o final da tarde, em pequenas quantidades — no máximo duas vezes ao dia. Essa conduta respeita o equilíbrio térmico e evita sobrecarregar o sistema digestivo.
O que dizem os especialistas e órgãos oficiais?
Embora a medicina ayurvédica não esteja entre os protocolos da medicina ocidental, o princípio de adaptar a alimentação às estações é respaldado por instituições como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. Ambas reconhecem os impactos do ambiente na saúde digestiva e imunológica.
Além disso, o Guia Alimentar para a População Brasileira reforça que práticas alimentares culturalmente adaptadas, com atenção ao clima, hábitos e resposta individual, são benéficas à saúde global e ao bem-estar.
Fontes confiáveis:
Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
Organização Mundial da Saúde (OMS) – https://www.who.int
Fiocruz – https://portal.fiocruz.br
Sociedade Brasileira de Nutrição Funcional – https://www.sbnnf.org.br
Ouvir seu corpo é a chave para comer bem
O principal recado da Dra. Priscila Antunes é: cada corpo reage de forma única ao clima, à comida e às mudanças ambientais. Entender o que funciona melhor em cada estação é uma forma de honrar as necessidades do seu organismo.
Ao adaptar sua rotina alimentar à temperatura e aos sinais do corpo, você melhora a digestão, fortalece o sistema imunológico e previne desconfortos que parecem pequenos, mas que podem impactar diretamente sua saúde e bem-estar.