Você já ouviu falar em “células-zumbi” criadas pelo excesso de açúcar? O Dr. Hussein Awada (CRM-SP 177707), médico e palestrante com grande audiência no Instagram (@drhusseinawada), tocou nesse tema em suas redes ao mencionar que altos níveis de glicose podem gerar danos que lembram esse efeito.
Segundo ele, o açúcar alimenta células “zumbis” que invadem o corpo, gerando envelhecimento e inflamação. Mas será que essa analogia é real? Vamos entender o que a ciência oficial de fato diz sobre glicose e envelhecimento celular.
A glicose realmente causa “células-zumbi”?
A ideia de “células-zumbi” refere-se a células senescentes — que param de se dividir, mas resistem e liberam substâncias inflamatórias. A exposição a altos níveis de glicose acelera esse processo, conforme estudos em células endoteliais humanas e células renais.
Essas células senescentes acumulam danos no DNA e restos celulares, contribuindo para inflamação e envelhecimento dos tecidos, caracterizando bem o conceito de “células-zumbi”.
Como o excesso de açúcar afeta nossas células?
Em laboratório, a exposição prolongada a glicose acima do normal (25 mM) induz características senescentes nas células endoteliais, como aumento de marcadores de dano, encolhimento e liberação inflamatória.
Isso resulta em menor capacidade de regeneração, paredes vasculares mais frágeis e respostas inflamatórias exacerbadas, o que está associado a problemas cardiovasculares e renais em pessoas com diabetes.
O que são produtos da glicação avançada (AGEs) e como eles atuam?
Os AGEs formados pela combinação do açúcar com proteínas ou lipídios (como o popular glucosepane) criam pontes entre proteínas, reduzindo sua função e elasticidade.
Eles ativam o receptor RAGE, que estimula inflamação crônica, estresse oxidativo e enfraquecimento dos vasos sanguíneos — caminho claro para doenças degenerativas e envelhecimento precoce.
Há implicações para doenças como artrite e câncer?
Sim. Essas células senescentes liberam citocinas inflamatórias que contribuem para várias condições crônicas — incluindo artrite e mesmo câncer, ao criar um cenário de dano e mutações.
Esse ambiente inflamatório crônico favorece a degradação articular, mutações celulares e proliferação desordenada. Então, não é apenas efeito “zumbi” de linguagem, mas um mecanismo real à luz da ciência.
Como reduzir a glicose e evitar esse envelhecimento?
Manter glicemia em níveis normais (abaixo de ~5 mM em jejum) previne a formação dessas células senescentes. Isso envolve alimentação equilibrada, exercícios, controle de peso e possível uso de medicamentos antidiabéticos em quem tem resistência à insulina.

Essas práticas também reduzem inflamação, estresse oxidativo e formação de AGEs, diminuindo o risco de envelhecimento precoce e doenças crônicas.
Fontes confiáveis:
Ministério da Saúde – https://www.gov.br/saude
Organização Mundial da Saúde (OMS) – https://www.who.int
PubMed – https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov
Nature – https://www.nature.com
PLOS Biology – https://journals.plos.org/plosbiology
Wikipedia – https://en.wikipedia.org/wiki/Advanced_glycation_end-product
E agora, o que isso significa para você?
O alerta sobre “células-zumbi” que Dr. Hussein fez tem base científica real: o excesso de glicose facilita a formação de células senescentes que inflamam e envelhecem o corpo. Mas o controle da glicemia por alimentação equilibrada e estilo de vida saudável pode bloquear esse processo.
Ou seja: não é só um alerta viral — é um chamado importante para agir. Ajustar a dieta, mover o corpo e monitorar a glicose são formas práticas de proteger seu organismo do envelhecimento acelerado. Vale a atenção.