A inflação em Belo Horizonte, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou desaceleração em maio. A pesquisa da Fundação Ipead (Instituto de Pesquisas Econômicas, istrativas e Contábeis de Minas Gerais) apurou alta de 0,05% no último mês, contra as altas de 0,2% na última semana e 0,37% em abril. No acumulado do ano, o IPCA do município teve aumento de 2,98%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice registrou alta de 6,69%

 

De acordo com Eduardo Antunes, gerente de Pesquisa da Fundação Ipead, esse cenário de quase estabilidade só não foi negativo porque a alimentação fora da residência puxou muito o índice, com aumento de 1,9%. Outro destaque individual para elevar a inflação foi o custo da energia elétrica, que subiu 2,69%, devido à bandeira tarifária amarela adotada para maio. Entre os produtos que seguraram a alta estão as excursões (- 4,63%), a gasolina (- 2,08%) e a cerveja (- 7,89%).

Inflação pesa mais para os mais pobres

A Fundação Ipead também mede o IPCR (Índice de Preços ao Consumidor ), que considera apenas os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos. Em maio, o IPCR em Belo Horizonte foi de 0,21%, evidenciando como a inflação impacta bem mais os núcleos com menor poder aquisitivo. Ainda assim, houve uma desaceleração em relação à última semana (quando houve alta de 0,37%) e ao mês anterior (+ 0,67%).

A Fundação Ipead ainda divulgou pesquisa sobre o custo da cesta básica em Belo Horizonte, que reduziu 2,17%. O novo valor apurado é de R$ 755,68, que representa o gasto médio mensal de um trabalhador adulto com alimentação. Em relação a maio de 2024, a cesta está R$ 37,34 mais cara.

Cesta básica

O custo da cesta básica na capital equivale a 49,78% do valor de um salário mínimo. Há um ano, essa proporção era de 50,87% do salário mínimo vigente. Mesmo com esse segundo recuo, a cesta básica em Belo Horizonte apresenta elevação de 1,02% no acumulado do ano e 5,2% em relação a maio de 2024.

O gerente de Pesquisa da Fundação Ipead atribui essa variação negativa à queda do preço de produtos como a banana caturra (- 16, 57%), o tomate (- 9,94%) e ao chã de dentro (- 2,64%), que ajudaram a segurar o índice em maio. Na contramão, alguns itens do café da manhã apresentaram elevação de preço em maio, lideradas pelo café torrado e moído (com alta de 3,5%), seguido pela manteiga (+ 3,96%) e pelo pão francês (+ 1,76%).

Energia elétrica deve explodir inflação em junho 

A expectativa de Eduardo Antunes é de que a inflação tenha uma elevação significativa em junho. Na análise do gerente do Ipead, mesmo com o recuo significativo do preço da gasolina em maio, movimento que deve continuar neste mês devido à nova redução do preço do combustível para as refinarias, parcialmente reado aos consumidores, o aumento da energia elétrica deve se sobrepor. Além do aumento da tarifa, na ordem de 7,36%, a conta de luz de junho terá o acréscimo da bandeira tarifária vermelha, gerando variação de preço acima de 10%, o que vai pressionar a inflação.

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