José Roberto de Castro Neves é eleito para a Academia Brasileira de Letras

O advogado e escritor José Roberto de Castro Neves é o novo ocupante da cadeira nº 26 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Eleito na tarde desta quinta-feira (29/5), no Rio de Janeiro, ele recebeu 27 votos. Rodrigo Lacerda ficou em segundo lugar, com sete. 

A cadeira estava vaga desde 29 de março, com o falecimento do advogado e jornalista Marcos Vilaça, que a ocupava desde 1985 e presidiu a ABL em duas gestões, entre 2006 e 2007 e 2010 e 2011.

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 A cadeira de nº 26 tem como patrono Laurindo Rabelo. Foi ocupada por Constâncio Alves, Ribeiro Couto, Gilberto Amado e Mauro Mota.

Com a eleição de hoje, José Roberto a a ser o 34º homem entre os atuais 40 acadêmicos da ABL. Também concorreram à vaga Diego Mendes Sousa, Evandro Aléssio Rodrigues Pereira, Rodrigo Lacerda e Sivaldo Venerando do Nascimento.

O presidente da ABL, Merval Pereira, disse que José Roberto de Castro Neves entrou para a academia não porque é um grande advogado, mas porque é especialista em Shakespeare. “Já escreveu diversos livros e será muito importante para a ABL por ser uma pessoa muito ativa no meio literário. É um estudioso da língua portuguesa e tem livros que tratam da influência da literatura em diversos campos”, afirmou Merval.

“Certamente, vai nos ajudar nesta fase em que estamos explorando a variedade da importância da língua portuguesa. José Roberto é uma pessoa indicada para nos ajudar a aprofundar estes estudos”, completou.

Trajetória 

José Roberto de Castro Neves é advogado, professor universitário e escritor. Leciona direito civil na PUC Rio e na Fundação Getúlio Vargas. É titular da cadeira nº 27 da Academia Brasileira de Letras Jurídicas e autor de livros que articulam direito, literatura e história.

Entre suas obras estão “Como os advogados salvaram o mundo”, “Medida por medida: o direito em Shakespeare”, “Os grandes julgamentos da história” e “Shakespeare e os Beatles: o caminho do gênio”.

 Em abril, Neves lançou seu primeiro romance de ficção, “Ozymandias” (Intrínseca). Em casa, no Rio de Janeiro, mantém biblioteca de 20 mil livros. Parte do acervo veio da coleção da crítica e tradutora Barbara Heliodora (1923-2015). 

Candidata mineira à ABL 

Há outra vaga aberta na Academia Brasileira de Letras (ABL), a cadeira de nº 33, deixada pelo filólogo Evanildo Bechara, falecido no dia 22 deste mês, aos 97 anos. A escritora mineira Ana Maria Gonçalves, natural de Ibiá, é uma das candidatas à sucessão. 

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Caso eleita, a autora do premiado romance “Um defeito de cor” (Record), será a primeira mulher negra a integrar a ABL desde sua fundação, em 1897.

As inscrições, abertas na tarde da última terça-feira (27/5), devem ser encerradas no dia 10 de junho. Eliane Potiguara, primeira escritora indígena do país, também se candidatou.