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Série "Carême" aborda a tumultuada vida do primeiro chef celebridade

Tido como um ás da gastronomia, ele serviu Napoleão e se envolveu em intrincadas tramas políticas. Produção estreia nesta quarta-feira (30/4), no Apple TV+

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Comida, sexo e política são três pilares da experiência humana, independentemente dos tempos que correm. São eles que movem “Carême – O rebelde da culinária”, minissérie sa que estreia nesta quarta-feira (30/4), no Apple TV+.

No centro de tudo está Antonin Carême (1783-1833), considerado o primeiro “chef-celebridade”. O suflê, o merengue e o vol-au-vent não seriam o que são, não fosse a genialidade dele.


A partir da biografia “Carême – Cozinheiro dos reis” (Zahar, 2005), que ele próprio escreveu (também interpretou o personagem nos palcos), o ator e escritor britânico Ian Kelly se reuniu com o roteirista Davide Serino para a produção em oito episódios. Benjamin Voisin interpreta o personagem-título, e Jérémie Renier seu empregador, o diplomata Charles-Meurice de Talleyrand-Périgord.


De origem humilde, Carême se tornou estrela da gastronomia no período napoleônico. A série o coloca como um espião na corte, vivendo entre a vocação para revolucionar a culinária da época e a necessidade de vingança contra as injustiças sofridas por seu pai adotivo.


Na estreia, serão lançados os dois primeiros episódios. No piloto, conhecemos Antonin Carême, ainda jovem e mais interessado nas aventuras sexuais na cozinha, que recebe a chance de se tornar o chef pessoal de Napoleão Bonaparte.


“Embora não gostasse muito de comer, Napoleão compreendia como a cozinha poderia influenciar na política”, comenta Voisin, que, para entrar no papel, ou uma temporada estudando com uma chef.


Ingenuidade e descuido

“No primeiro episódio, ele parece uma criança que finge que é alguém muito maduro. Carême, nesse momento, tem a idade da ingenuidade e do descuido. E só nos últimos episódios nós começamos a entender o tipo de homem que ele vai se tornar. Essa transição do jovem para o adulto foi o que me interessou mais”, acrescenta Voisin.


Na história, Talleyrand é ora aliado, ora antagonista de Carême. Na verdade, o diplomata, um dos homens mais ricos e poderosos da França em sua época, usa tudo e todos a seu favor. Renier diz que se surpreendeu com a dimensão do personagem real. “Eu sabia que Talleyrand era uma figura dos corredores do poder da época, mas não que ele tinha ado por tanta coisa, que era um personagem tão ambivalente e complexo.”


Político de grandes habilidades, com enorme influência entre o final do século 18 e o início do 19 na França, Talleyrand teve uma lista imensa de títulos honoríficos. Acumulou fortuna e ódios – muitos dos políticos que apoiou foram abandonados por ele.


Com um problema na perna, seus aristocráticos pais decidiram que ele deveria seguir a carreira eclesiástica. Chegou a bispo, mas o sacerdócio não impediu que ele tivesse inúmeros relacionamentos com mulheres.


Arte da palavra

“Muito rapidamente, entendi que Talleyrand tinha a arte da palavra”, afirma Renier. “Cada palavra tem peso; cada silêncio, também. Mas como tem uma deficiência, quis encontrar nele um pouco de humanidade.”


Isto se deu, na opinião do ator, no trato com Carême. “É uma forma de relacionamento filial que cresce com o tempo. Descobrimos assim um pouco da humanidade dele, a despeito de ser uma figura maquiavélica e beligerante.”


O segundo episódio da série mostra o início da relação entre os dois homens. Carême vai participar de uma engendrada trama que colocará Joséphine, mulher de Napoleão, no bolso de Talleyrand.

“Os dois personagens não têm as mesmas ambições, tampouco os mesmos ideais. Mas são alimentados pelo mesmo fogo. Acredito, então, que, com o ar do tempo, esse elo (entre Carême e Talleyrand) vai se tornar mais complexo”, acrescenta Renier.


Com a melhor das locações à disposição (a cidade de Paris, claro), o diretor Martin Bourboulon (que assinou recentemente os filmes “Os três mosqueteiros: D’Artagnan” e “Eiffel”), pôde explorar vários lados da Cidade Luz.


“Tivemos muita pós-produção por causa das interferências modernas em Paris. No entanto, quando, por exemplo, rodamos nos telhados acima das Tuileries (o jardim mais célebre da capital sa), só utilizamos alguma coisa de pós-produção para apagarmos algumas janelas e uns detalhes. Pois o jardim é basicamente o mesmo de 200 anos atrás”, diz Bourboulon.


A série está sempre em movimento, como que retratando a agilidade do personagem central. “Como foi minha primeira série, quis prender o espectador o tempo todo. Sabemos o quão importante é fisgar o público, já que em casa há muitas tentações que podem interromper as pessoas, algo muito diferente de quando se está numa sala de cinema. Então, quis trazer muito movimento, encontrar uma boa gramática para trabalhar o enredo da história”, diz Bourboulon.


“CARÊME – O REBELDE DA CULINÁRIA”
• Os dois primeiros episódios (de um total de oito) da série estreiam nesta quarta (30/4), no Apple TV+. Novos episódios às quartas.

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