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Lançamento literário

Fotobiografia de Naná Vasconcelos revela momentos do mestre da percussão

"Naná Vasconcelos – Do Recife para o Mundo" reúne mais de 200 fotos, selecionadas pelo jornalista Augusto Lins Soares, que retratam a carreira do músico

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Conhecido como o percussionista que fez do berimbau uma extensão do seu corpo, o músico pernambucano Naná Vasconcelos, que se definia como “O Brasil que o Brasil não conhece”, tem a sua vida contada nas páginas da fotobiografia “Naná Vasconcelos – Do Recife para o Mundo” (Cepe Editora), organizada pelo designer, jornalista e conterrâneo Augusto Lins Soares. O livro de 240 páginas apresenta Juvenal de Holanda Vasconcelos (1944-2016), o Naná, em mais de 200 fotos, mostrando-o desde os tempos de criança até o artista consagrado.


O livro traz textos de Milton Nascimento, Patrícia Vasconcelos, mulher do percussionista, da jornalista Michelle Assumpção e do escritor e jornalista paraibano José Teles, além de imagens de 50 fotógrafos, entre eles, Lizzie Bravo, Franklin Corrêa e Deborah Feingold. Traz também obras de arte criadas por 12 artistas com atuação em Pernambuco, num tributo ao músico.


Augusto conta que a ideia de fazer o livro surgiu quando estava pesquisando para poder fotobiografar algum personagem pernambucano. “Isso, porque, até então, já havia feito com um carioca, que foi Chico Buarque, um cearense, Dom Hélder Câmara, e a paranaense Sônia Braga. Pensei, agora preciso fazer a de um conterrâneo, e vi que Naná completaria 80 anos em 2024. Então, entrei em contato com a Patrícia Vasconcelos, que é a viúva e curadora da obra dele, para pedir a sua autorização.”


“Ela gostou da ideia, então, comecei a desenvolver a pesquisa iconográfica, que é a primeira coisa que faço, para depois começar a ver os detalhes, como vou fazer a narrativa visual, quem vou convidar para colaborar com o texto e os artistas convidados", explica o autor. "Então, a ideia começou em 2023 e era um desejo meu homenagear um conterrâneo. Uma das coisas que me fez propor o projeto foi que Naná não tinha, até então, uma obra falando sobre a vida e a carreira dele.”


O autor ressalta que, para ele, Naná é um grande artista, mais do que um artista brasileiro, pois é um ícone internacional que fez a percussão se tornar protagonista. "E ele mesmo é um representante, ou seja, faz som com vários instrumentos percussivos. Ele conseguiu também convencer pessoas de outras áreas do jazz e da soul music a compartilhar e a compor com ele. Naná tinha essa coisa de unir o diferente para realizar um grande trabalho artístico”, afirma Augusto Lins.


“E ele fez isso nas suas andanças, uma vez que saiu de Recife (PE) no fim dos anos 1960, ficou uma temporada no Rio de Janeiro e de lá foi para o México, Buenos Aires, Nova York, Europa, quando ficou uma temporada em Paris”, conta Augusto. “De Paris, Naná foi para Nova York, onde ou uma boa temporada. Voltou para Recife no fim dos anos 1990 e lá ficou até morrer, em 2016, em decorrência de um câncer no pulmão.”


“Acho até que se tornar conhecido não era o seu maior desejo, mas sim de mostrar seu trabalho e se realizar dentro dessa arte musical”, acredita Augusto. “Naná trouxe a percussão para um protagonismo que até então esta não tinha. Acho que é uma questão de referência. Na época em que Naná começou, eram poucos os artistas que mexiam com percussão e que tinham projeção, porque tudo na vida é uma questão de referência e de fontes, de onde você vai bebê-las. Ele também nunca se limitou a buscar fontes só de percussão, pois era um artista que tinha uma visão mais global e artística da vida e do mundo. Acho que isso o ajudou a construir um trabalho autoral que muita gente tenta imitar.”


O autor garante que para quem entende e é estudioso da obra de Naná, ao ouvir o som do berimbau já sabe se é dele ou não. "Como morava em São Paulo, nunca fui a uma abertura de carnaval com Naná, então, o meu conhecimento sobre ele foi sempre à distância. Sou seu irador, principalmente, porque acho que construiu uma carreira e um nome, por esforço.”


O autor conta que o percussionista tinha uma grande relação com os mineiros, pois foi parceiro de Nélson Ângelo, no Quarteto Livre. “Ele ia criando laços de amizade e musicais com gente do mundo todo”, conta Augusto.

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“Naná começou tocando bateria em Recife, mas antes disso já trabalhava com alguns instrumentos percussivos, porque o pai dele, Seu Pierre, era músico”, conta o autor. “O berimbau foi uma necessidade, porque, certo dia, acompanhou um grupo de artistas que fazia um trabalho, divulgando coisas do Brasil e uma das apresentações era uma homenagem à Bahia. Aí, o diretor do grupo disse que seria interessante ele começar tocando berimbau. Ele começou a desenvolver e a estudar o berimbau, que virou, realmente, a extensão do corpo dele, a ponto de introduzir o instrumento em apresentações com orquestras mundo afora.”


“NANÁ VASCONCELOS – DO RECIFE PARA O MUNDO”
• Livro da Cepe Editora
• 240 páginas
• Preço: R$ 100

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