Bertha Maakaroun
Bertha Maakaroun
Jornalista, pesquisadora e doutora em Ciência Política
em minas

Na briga entre Trump e Musk, ganha o público

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A maneira mais fácil de economizar dinheiro em nosso orçamento, bilhões e bilhões de dólares, é encerrar os subsídios e contratos governamentais de Elon. Sempre me surpreendeu que Biden não tenha feito isso!”. O post foi do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua rede Truth Social. Referia-se a Elon Musk, o ex-aliado que investira US 277 milhões em apoio à sua campanha presidencial e de demais candidatos de seu partido.


O rompimento público lança luz sobre a histórica simbiose entre Musk e o governo norte-americano: ao longo das duas décadas recebeu, segundo investigação conduzida pelo Washington Post, pelo menos US$ 38 bilhões em contratos, empréstimos, créditos fiscais e subsídios direcionados à Tesla, à SpaceX e a outras empresas desse ecossistema. Tais cifras só confirmam que o estado americano atuou em escala bilionária investindo e moldando o futuro de setores de ponta da economia.


Musk é a face visível dos interesses das Big Techs, que já detêm a centralidade dos fluxos de informações no planeta – portanto controlam o poder político e as questões que alcançam visibilidade em cada nação onde operam sem fronteiras. Agora tais empresas tecnológicas globais trabalham para consolidar a sua própria moeda, excluindo Bancos Centrais das diferentes nações do controle dos fluxos financeiros planetários. Será o último estágio da fusão entre poder político e econômico.


Este irável mundo novo que se afirma nesta nova ordem tecnofeudal mantém uma retórica pretensamente “libertária” e antissistêmica. A narrativa é dita anarcocapitalista, ou seja, o estado é apontado como o ente a ser combatido, aquele que atravanca o progresso e impede que as pessoas alcancem a prosperidade. Defendendo publicamente o fim dos subsídios governamentais, Musk liderou nestes primeiros meses do governo Trump o chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), propagandeando cortes, entre outros, de financiamentos em pesquisas, em programas de saúde e de ajuda humanitária internacional.


Aparentemente, Musk odeia os estados que investem em políticas sociais, mas ama as ferramentas que privatizam o conhecimento científico, acumulado por investimentos de estado em pesquisa e, sobretudo, novos investimentos públicos que engordam os seus negócios privados. Assim se resolve o paradoxo: o estado deve ser empreendedor aos interesses privados; mas mínimo em se tratando de interesses coletivos.


Durou pouco a lua de mel entre Trump e Musk. Quem melhor antecipou o choque frontal foi uma criança que em fevereiro ado, acompanhando a entrevista coletiva do pai Musk no salão Oval da Casa Branca, ao lado do presidente dos Estados Unidos, dirigiu-se a Trump repetindo o que possivelmente ouvira em casa inúmeras vezes: “Você não é o presidente, você precisa ir embora.” Nem precisa dizer que a cena viralizou na midiosfera.


Manual de sobrevivência política para príncipes preocupados em fundar estados duradouros, mantendo para si o poder, Nicolau Maquiavel escreveu “O Príncipe” em 1513. A obra se insere no contexto de uma Península Itálica renascentista, fragmentada por guerras entre cidades-estado, dominadas por poucas famílias. Maquiavel discute a unificação da península em um estado forte, que se igualasse ao francês e ao espanhol. Entre os muitos conselhos entregues nessa obra por Maquiavel ao príncipe (ou governantes), ele considerou aliados influentes particularmente ameaçadores.


Sobre os “aliados poderosos”, ensinou que deveriam ser contidos para não oprimirem o povo, o que levaria a revoltas. Ao mesmo tempo, registrou que o princípio não deveria permitir-lhes se fortalecer demasiadamente, pois ameaçariam o trono: “O príncipe deve garantir que os grandes não se tornem odiados pelo povo, mas deve também mantê-los sob controle, pois sua ambição é perpétua e insaciável”. Quando interesses privados ameaçam o bem público, o príncipe, digo o presidente fica com a cabeça a prêmio. Peguem a pipoca amigas e amigos, essa é uma briga promete.

 

 

Câmara aumenta gastos


Após incluir em março deste ano os 41 vereadores na lista dos 1.122 servidores com direito a vale alimentação, a Câmara Municipal de Belo Horizonte vai gastar, em 2025, R$ 32 milhões com o benefício. Em 2024, a despesa com a rubrica foi de R$ 16,5 milhões. A empresa Pluxee Benefícios Brasil S.A., antiga Sodexo fará a gestão dos vales. O “Diário Oficial do Município” (DOM) deste sábado traz o extrato da contratação, a partir do pregão eletrônico realizado com base na nova Lei de Licitações.

 

Aumento indireto


A extensão do auxílio-alimentação aos vereadores em 2025 pode configurar aumento salarial indireto, o que fere a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Município. Ambas determinam que os subsídios dos vereadores devem ser fixados por lei votada na legislatura anterior, o que não ocorreu.


Cleitinho sai?


O entorno político do vice-governador Mateus Simões (Novo) aposta que conseguirá convencer o senador Cleitinho (Republicanos) a não concorrer ao governo de Minas. Aos interlocutores Cleitinho tem afirmado que gostaria de concluir o mandato no Senado Federal. Acrescenta, contudo, que na hipótese de não se candidatar ao governo de Minas, teria dificuldades em apoiar Mateus Simões. A posição do governo de Minas em relação aos pedágios e o relacionamento tenso do governo Zema com as polícias civil e militar estão entre os motivos elencados.


Luísa Barreto fica


O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Corrêa Júnior, suspendeu neste sábado a medida cautelar que impedia a permanência de Luísa Barreto na presidência da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Foi alegação da Advocacia-Geral do Estado (AGE-MG) que a Codemge e a sua subsidiária, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), devem ser oferecidos à União no âmbito do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados com a União (Propag). A saída de sua presidente poderia prejudicar o curso das tratativas. A ação que pede o afastamento de Luísa Barreto foi ajuizada pelo deputado estadual Professor Cleiton (PV), com base na Lei das Estatais.

 

BH-China


Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UNB), Qu Cheng, chinês naturalizado brasileiro, foi nomeado assessor especial por Álvaro Damião (União Brasil), pelo momento atuando na secretaria municipal de Relações Institucionais. Qu Cheng tem experiência em empresas de gestão de projetos e infraestrutura no Brasil e na China. A indicação foi do vereador Pedro Rousseff (PT).

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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